A luz transborda da janela fechada. Penso se já é dia, se preciso dormir.
Deitada na cama não sei ao certo quem está inadeqüado: o colchão mole demais para meu corpo rijo ou meu corpo rijo demais para o colchão mole.
Sou eu ou é a vida?
Ou uma mistura dos dois: é o que eu fiz da vida.
Não faz muito tempo eu acreditava na minha capacidade de mudar o mundo. Não o mundo como um tudo- o planeta. O meu mundo: as pessoas da minha convivência. E mesmo não sendo muito, já era alguma coisa.
Uma pessoa como eu precisa sempre de um porque para abrir as janelas.
Quando minha crença em mudanças vindas de mim acabou passei a manter as cortinas sempre fechadas. Me dói a alma saber que o sol vai estar sempre lá, mesmo quando eu não estiver mais aqui.
Posso inventar amores rejeitados e sofrer por isso. A dor passou a ser minha única realidade.
Mas é impossível mentir o tempo todo. Quando as fantasias acabam tudo volta ao normal: marasmo, ausência, solidão e solidão.
Minha vida transformou-se em uma busca incessante à algo que não sei exatamente o quê.
Hoje sei que até as corridas mais sem sentido tem um porque e causam cansaço.
Eu? Eu estou cansada de buscar no lixo uma razão para ser.
Continuo buscando mesmo assim porque esse é o meu único meio de fingir por alguns instantes que faço mais do que só existir.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
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