O tempo flui melhor à noite. Cada gota de chuva, um instante morto: a lápide é a poça que começou pequena e agora já é uma quase-enxurrada pelo meio-fio.
Ar gelado entra por alguma fresta esquecida no frenesi de me fechar. As menores coisas são sempre esquecidas quando ignoramos a capacidade de crescer.
E assim, sem mais nem menos, a poça insignificante virou um rio e lá eu me afoguei.
Se poeta: morri por esquecer que os instantes acabariam até só sobrar o último: o que separa os vivos dos mortos.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
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