domingo, 22 de julho de 2007

Suspirar.

Não sou eu que tenho que achar algo.
Minha vida está perdida há tanto tempo, e há tanto tempo eu tento achá-la.
Hoje, ou talvez há um mês atrás, desisti de encontrar entre os escombros de mim algo concreto.
Sou feita de merda. Quero te mostrar o caminho bom. Sei aonde está esse caminho, sei também que para mim ele está perdido.
Eu desperdicei a minha vida. Entre tanta droga, tanto sangue, tanto sexo. Tudo isso foi-me tirando pedaços de mim. E eu, naquela época, tinha a certeza imbecil de que poderia viver sem esses pedaços. Descobri que não. Choro em cima do vazio que minhas esperanças, meu amor e minha decência deixaram dentro de mim.
Tenho que acordar a cada dia e ver que me perdi. Cada dia fica mais difícil, cada dia minha cama torna-se para mim um túmulo e o ar gelado que entra pela janela torna-se um ar fúnebre.
Sentia-me tão bem quando estava trancada em clínicas e sanatórios.
Agora estou presa ao que restou de mim, porém não me sinto bem. Quero poder me entregar, mas não tenho nada.
Quero poder produzir, mas tudo que escrevo é um repetição dos mesmos dias estragados.

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