sexta-feira, 20 de abril de 2007

Não diz mais aquelas tuas palavras que entram e ficam. Pega pela minha mão e leva com toda a sua delicadeza até a sela suja e cinza em que você passa os dias a transbordar idéias de como me fazer sentir.
Acaricia minhas coxas e com um ímpeto crescente chega até meu sexo. Faz doer, faz doer, faz do-er.
A dor é a única que pode me trazer de volta ao plano do sentidos. O seu carinho e todas as suas palavras doces são merda.
Eu insisto. Eu falo. Eu grito. Eu jogo meus braços para o alto e tento alcançar sua face.
Você tem que me fazer sentir. É o único jeito de me ter viva de novo.
Sou sua. Sou sua.
Sempre vou ser sua.
Mas agora- nos minutos e horas e dias e anos que se arrastam sobre o asfalto quente- eu não sou nem mimha.
Faz doer. Por favor, eu choro, faz doer.
Deixa ao meio para depois colar as duas partes invertidas e ter uma nova não-tão-nova-assim.
Capricho não é. Eu juro, ninguém, eu juro.
Só sangue. Dor. Muco. Bile. Saliva. Fluídos.
A única coisa é fazer meu corpo lembrar de ser humano.

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