quarta-feira, 20 de junho de 2007

Sobre a morte, que é vida.

É só olhar para o meu passado, mesmo que só de relance, e você pode enxergar que tudo foi sempre uma repetição.
Todas as dores foram apenas uma dor: a vontade de ter dor.
O vazio do qual eu tanto falo, achei que pudesse preenchê-lo com ela. Não pude, e sofri.
Hoje me deparo com uma dor concreta, real, absurda e triste. Hoje vejo que apesar da dor e do vazio estarem lado a lado, eles não vão se juntar.
Eu queria poder resumir tudo a uma dor que conheço e sofrer - do jeito que sei sofrer. Estou vendo, nesse momento, o cadáver. Não só de meu pai, mas também da outra eu que fui ou representei ser esse tempo todo.
Tudo acabou, mas posso ver um começo gerado pelo meu primeiro fim.
Preciso encarar os fatos e não tentar achar desculpas, e essa - sim!- é a coisa mais difícil que já tive que fazer na vida.


-Tá tudo uma merda e sorrir dói.
-Não sorria.
-Eu não estou sorrindo.
-Claro que está.
-Não estou, é você que já não me enxerga como antes.

Nenhum comentário: